Se tudo der certo, em 2050 terei 94 anos e estarei lúcido e saudável o suficiente para conferir a previsão da ONU de que nós, os idosos, teremos o dobro da população que temos hoje. Se chegamos hoje, os maiores de 65, a 761 milhões de habitantes no planeta, teremos 1,6 bilhão assim que a primeira metade do século terminar.
Comparativamente,
representamos hoje 9,6% da população atual de 8 bilhões de terráqueos; em 2050,
alcançaremos 16,5% da população mundial, estimada em 9,7 bilhões. Continhas
simples de regra de três indicam que, enquanto o número de viventes vai crescer
2,12% em 27 anos, os maiores de 65 terão um crescimento de 6,9% em relação a
2023.
Não me lembro nada dessas
coisas de progressão aritmética e geométrica, mas, dentro dos limites de minhas
noções básicas, em 2077 – 27 anos além de 2050 – nós seremos 23,4% da
população, que estará em torno de 11,7 bilhões. Ou seja, seremos 2,73 bilhões.
Falo em ‘nós’ de uma maneira genérica, porque não acho que vá ver chegar o ano
de 2077.
Se estiver vivo, o que é um
pouco difícil, terei 121 anos, e meu cérebro provavelmente não será mais tão
confiável.
Esses dados são globais e
passíveis de alterações locais. No Brasil, por exemplo, a população idosa
representa hoje 9,5% do total (20,5 milhões) e deve chegar a 22% em 2050. Na
Europa, é 20% e vai atingir 30% em 27 anos. Nas demais áreas, a previsão de crescimento
varia pouco: 19% na América Latina e Caribe; 18,5% na Oceania; 24% na América
do Norte; 19% na Ásia. Na África, que tem os maiores índices de natalidade, a
previsão é de que a população idosa cresça apenas 5,7% até a metade do século.
Essas são notícias alvissareiras
a nós, que estaremos vivos, mas não serão nada boas em relação à população em
geral, caso não sejam adotadas políticas públicas que garantam, pelo menos, o
nível de emprego. Ou vocês acham que os velhinhos todos vão sobreviver com as
aposentadorias?
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