quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Golpes & golpes

De tanto que se fala em golpismo na política, a gente acaba ficando mais esperto para outros tipos de golpes, especialmente os financeiros. E a gente tem de ficar mais esperto porque os golpistas estão cada vez mais sofisticados: quem vai desconfiar de uma ligação em que na tela do celular aparece o nome do seu banco?

 

Pois bem. Hoje, pouco depois do meio-dia, recebi a dita ligação, em que, além do nome, aparecia o telefone do Banco do Brasil. Disseram ter detectado uma tentativa de transferência de dinheiro da minha conta, que teria sido temporariamente suspensa, perguntaram se eu conhecia o beneficiário, me passaram um número de protocolo e transferiram para outro atendente, que iria me explicar os procedimentos a serem tomados para cancelar definitivamente a operação.

 

(Parênteses: outro dia, tinham me ligado dizendo que era da Magalu e que tinha gente fazendo compras com um cartão de débito associado ao meu CPF; achei muito semelhante a forma de abordagem, as palavras usadas e até os erros de português equivalentes; comecei a desconfiar a partir daí).

 

Depois de um provável atendimento eletrônico (muito bem emulado, por sinal), o segundo atendente me identificou ‘aparentemente’ pelo número do protocolo, confirmou que eu não queria fazer a transferência, pediu que eu colocasse o celular em viva-voz e acessasse o aplicativo do banco: se estivesse aberto, seria porque alguém o haveria acessado e pedido a transferência; se estivesse fechado, seria porque o app teria sido infectado por um vírus. Resumindo: de qualquer maneira, eu estaria lascado!

 

Como o aplicativo estava fechado – e consequentemente, na versão dele, tinha sido infectado – o solícito atendente me passaria um ‘módulo de segurança’, que, se instalado, faria varredura no app e o livraria dos arquivos indesejados. Simples, né?

 

Só que ele não contava com minha astúcia: nem se minha falecida mãezinha mandasse uma mensagem com sua letra redondinha eu instalaria um ‘módulo de segurança’ que um desconhecido me passasse pelo telefone. Assim como não clico em links estranhos, não tento recuperar as milhas que o Bradesco me deve, ou procuro desbloquear minha conta do Itaú que tem pendências. Mesmo porque não tenho nada a ver com esses bancos, por que teria pendências com eles? Mas tem gente que cai nesses golpes, caso contrário eles já teriam desaparecido.

 

E então fica o alerta. O gerente do Banco do Brasil disse que os golpistas conseguem emular o banco numa chamada telefônica, e isso acaba enganando as pessoas de boa fé. Quantos e quantos já não devem ter um ‘módulo de segurança’ instalado em seu aplicativo?

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